domingo, 3 de fevereiro de 2013

Petrobras: governo colhe o que plantou


As recentes notícias sobre os mais variados problemas em relação à Petrobras são muito preocupantes.  Os ecos da interferência política do governo Lula na companhia durante seu mandato estão repercutindo agora.
Os números atuais da Petrobras demonstram, infelizmente, uma progressiva desconfiança em relação à saúde financeira da própria empresa e sua capacidade de produção no futuro.

Em várias oportunidades, várias lideranças do PSDB e da sociedade civil já denunciaram o uso político-eleitoral da companhia, a realização de operações desastrosas e o intervencionismo da política econômica contrários à rentabilidade da empresa.

Como se colhe o que se planta, os dados atuais da Petrobras mostram a conseqüência dessa má gestão. A companhia perdeu cerca de 50% de seu valor em Bolsas, desde 2008; a estagnação da produção está em torno de 2 milhões de barris/dia desde 2009.

Sem capacidade suficiente no refino para atender à demanda interna e com o congelamento dos preços dos combustíveis pelo governo, a Petrobras registrou prejuízo recorde na área de refino de US$ 8 bilhões em 2012. Outro dado alarmante é que também no ano passado, no primeiro semestre, a empresa registrou prejuízo de R$ 1,35 bilhão, o primeiro resultado negativo em 13 anos.

As notícias ruins não param por aí. Apesar dos dados de 2012 ainda não terem sido fechados, a companhia também deverá registrar a terceira queda de produção de petróleo em 59 anos de operação.
Chegou-se ao ponto que no final do ano passado, a Ambev – uma fabricante de bebidas – superou a Petrobras e se transformou na empresa mais valiosa do País, de acordo com o valor de mercado de ações comercializadas na Bovespa.

 Além dos prejuízos em números, outros fatos demonstram o regime de ineficiência na companhia imposta pelo governo do PT. Entre 2002 e 2011, o número de empregados cresceu 75%, e o de terceirizados, 171%, enquanto a produção de petróleo e gás avançou só 45%.

Entre as cinco maiores do mundo, a Petrobras é a que possui a menor relação produção/número de funcionários - 32 barris equivalentes de petróleo por dia (bep/d) por funcionário. Tal relação vem piorando ao longo do tempo - era de 39 bep/d por funcionário em 2002.

Tudo isso ocorre enquanto se sinaliza para o risco de paralisia no setor de exploração no Brasil. As áreas de prospecção estão diminuindo. Desde 2009 está suspensa a 11ª rodada de licitação, afetando os blocos fora da área do pré-sal.

Hoje, já se coloca em dúvida que a Petrobrás possa arcar com as necessidades futuras de investimentos, inclusive no pré-sal, onde responde por 30% de cada contrato.

Mas entre as irresponsabilidades na condução de uma empresa, que sempre foi motivo de orgulho para os brasileiros, chama a atenção o malfadado projeto da Refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco.

A obra, determinada pelo ex-presidente Lula num arroubo populista e irresponsável, acumula atrasos monumentais e um salto de quase dez vezes no seu orçamento original, de R$ 4,7 bilhões para R$ 41,2 bilhões.

O Tribunal de Contas da União detectou em seus relatórios sobrepreços em pelo menos seis contratos, uma diferença de R$ 1,5 bilhão.
Em depoimento no Senado, a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu que a companhia venezuelana de petróleo, parceira no projeto, pode não confirmar a tão prometida participação em 40% do negócio.

Trata-se, portanto, de uma situação extremamente grave. O atual governo precisa agir e rapidamente e estabelecer um plano de recuperação a médio e longo prazo, já que as perspectivas no curto prazo são pessimistas. Para 2013, a expectativa é que a produção de petróleo da companhia deva permanecer no mesmo nível.

É necessário aumentar a eficiência das unidades e estabelecer parâmetros técnicos para melhoria da gestão em todos os seus aspectos. Caso contrário, podemos estar assistindo à derrocada de uma empresa que até então se considerava inabalável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário