O Fórum Econômico Mundial (o
mais importante conjunto mundial de empresários, economistas, presidentes de
empresas e estudiosos de economia) divulgou, na semana passada, o seu mais
recente estudo sobre a competitividade de 148 países do mundo: o Índice de
Competitividade Mundial 2013-2014.
Por esse estudo, o Brasil
passou da 48ª posição (em 2012-2013) mundial para a 56ª posição. Esse estudo
mostra o sério problema que o Brasil enfrenta e que tenho repetido aqui: nossa
competitividade que já era baixa, caiu ainda mais neste ano. Para um país que
está entre as 7 maiores economias do mundo, ocupar o 56º posto é muito
preocupante.
O Índice de Competitividade
Mundial é um estudo minucioso de quase 120 itens que vão da escolaridade básica
da população até a sofisticação de sua inovação, passando por leis, ambiente
econômico etc.
Para quem tem curiosidade
basta acessar o site do Fórum (www.weforum.com) e
procurar o GC Report 2013-2014.
Segundo o relatório, foi
feita uma pesquisa com empreendedores e os fatores mais problemáticos no Brasil
para empreender são: a inadequada infraestrutura (portos, aeroportos, estradas,
ferrovias, transporte aéreo etc), a super-regulamentação tributária, as taxas
de juros, a burocracia governamental ineficiente, as restritivas leis
trabalhistas, a corrupção, a má educação básica entre outros.
Analisando-se os dados
detalhados do relatório pode-se depreender que nossos pontos mais positivos são
o tamanho e a sofisticação do mercado, a inovação, o sistema financeiro, a
capacidade gerencial.
Na outra ponta estão os
problemas de infraestrutura (somos 131º colocado na infraestrutura portuária),
somos uma economia extremamente fechada (148º último lugar em importação como
percentagem do PIB; e 145º em exportação como percentagem do PIB) o problema da
educação (129º em qualidade da educação básica; 136º em qualidade de educação
de matemática e de ciências), tributação sobre o emprego (138º), eficiência
governamental (124º) corrupção (114º), credibilidade dos políticos (136º), taxa
sobre investimentos (140º), juros (140º).
Conforme se pode observar,
nossos pontos fortes e fracos de competitividade mundial são claramente
identificados e graduados. É preciso enfrentar com determinação as nossas
deficiências, pois ter competitividade será fundamental num mundo cada vez mais
globalizado.
Outros problema a ser atacado
é o que o Fórum denomina “pilar institucional”. Nossa herança e persistência na
burocracia torna o ambiente econômico um cipoal regulatório que dificulta o
investimento.
Políticas econômicas
nebulosas, regulamentação excessiva que dificulta a aplicação da Justiça, peso
excessivo do Estado na economia, política populista e em descrédito, mal gasto
do dinheiro público são alguns dos aspectos que precisam ser diminuídos no
Brasil. É preciso desburocratizar e simplificar o ambiente econômico (somos o
135 º lugar na quantidade de procedimentos para abrir uma empresa); diminuir o
tamanho do Estado e concentrar a atuação do Estado.
Boa parte da nossa alta taxa
de juros deriva da excessiva regulamentação para a recuperação de empréstimos.
Os governos podem melhorar essas deficiências, mas seria importante termos
governantes eleitos com uma plataforma de desburocratização e de incentivo ao
investimento e ao empreendimento. Afinal, esta é uma questão cultural e precisa
do envolvimento popular para se ter a força necessária para encará-la.
Outro sério problema a ser
enfrentado é o da infraestrutura. O governo brasileiro não tem recursos
suficientes em seus problemas básicos (educação, saúde e segurança) e também na
infraestrutura. Faz 10 anos que o governo vem atrasando o investimento em
infraestrutura devido ao fato de ter demonizado as privatizações para ganhar as
eleições. Há recursos no mundo para fazer esses investimentos. O Brasil, pelo
tamanho de seu mercado, atrai investimentos estrangeiros diretos, mas a
dubiedade e a cegueira ideológica do governo petista impedem e atrasam esses
investimentos tão necessários.
Desobrigando-se do
investimento em infraestrutura poderíamos melhorar muito nossa educação básica,
nossa saúde e nossa segurança.
Devemos optar claramente por
investimentos nessas áreas básicas ao invés de priorizar tudo. Quem prioriza
tudo não prioriza nada.