domingo, 16 de setembro de 2012

Ação e reflexão se completam


Aprendi com a vida, com os estudos e com as leituras que quando tenho um problema de difícil solução devo verificar duas coisas: ou está faltando o esforço necessário para resolvê-lo ou está faltando o conhecimento. Na linguagem popular, às vezes é questão de força; às vezes é questão de jeito.

Refletindo sobre isso, tenho comigo que essas duas coisas são, na verdade, duas dimensões. De um lado está o campo das ações: motivação, trabalho, garra, espírito empreendedor. De outro lado, encontra-se o campo das reflexões: conhecimento, educação, curiosidade. Resumindo em duas palavras: coração e mente. Assim, acostumei-me a analisar as situações olhando para essas duas dimensões.

Quando assumi a o cargo de prefeito de São José adotei esse enfoque. Procurei disseminá-lo entre meus colaboradores e entre a população. No começo, demos ênfase especial na Educação. Eu e meus secretários visitamos quase todas as escolas: municipais, estaduais e mesmo as particulares. Cantávamos o Hino Nacional e depois havia palestra de algum profissional convidado (médico, juiz, professor e engenheiro, entre outros). Nessa conversa com a comunidade escolar, procurava-se contar a trajetória de vida desses profissionais com o objetivo de mostrar aos alunos a importância da educação. Um exemplo, na prática, para mostrar aos alunos que era possível sonhar e, o mais importante, perseguir esses sonhos.

Ainda no campo do conhecimento, procuramos melhorar as condições físicas das escolas, valorizar os profissionais da educação e ampliar a rede física, aí incluída a Fundhas. Onde houvesse oportunidade deveríamos fazer ou motivar a implantação de centros de difusão ou produção de conhecimento. Foi com base nesse pensamento que criamos e incentivamos iniciativas como o Prodec, o Cephas, cursinho pré-vestibular, incubadoras de empresas, modernização das bibliotecas e Cecompi, além do estudo do Parque Tecnológico, depois brilhantemente implantado pelo prefeito Eduardo Cury.

No campo da ação, o programa-chave foi a disseminação do espírito empreendedor que, no fundo, é a valorização do protagonismo das pessoas. Nas escolas, nas Fundhas, no Prodec, no desenvolvimento econômico. Enfim, onde era possível promovermos a importância do esforço da motivação, da procura da realização dos sonhos.

Lembro-me bem quando em 2002 iniciamos uma feira que começou com a proposta de apresentar projetos de alunos da rede municipal de ensino. Pois bem, passados 10 anos a Feira do Jovem Empreendedor Joseense é hoje uma referência nacional na área do empreendedorismo jovem. Na última edição, recebemos a visita de quase 150 mil pessoas e estamos crescendo a cada ano em número de visitantes, expositores e, principalmente, de alunos com ideias inovadoras e arrojadas.

Por esta e outras iniciativas, São José é hoje a cidade referência no Brasil em empreendedorismo. O prefeito Cury é quase “hours concours” no prêmio Prefeito Empreendedor promovido pelo Sebrae.
Se no campo da ação São José é a cidade referência no empreendedorismo, no campo da reflexão também temos muito para nos orgulhar. Cito dois exemplos que mais chamam a atenção. O primeiro é o Parque Tecnológico. Ele é considerado como modelo para as prefeituras que querem implantar parques em todo o Brasil.

O segundo exemplo são as nossas escolas de ensino fundamental. Neste ano, tivemos quatro escolas (sendo três delas municipais) entre as 20 melhores escolas públicas de ensino fundamental do Estado de São Paulo. Três escolas entre as 10 melhores. Fiquei muito feliz com esta notícia e, conversando com várias pessoas, senti que nossa população também ficou orgulhosa com este belo resultado. Pois envolveu diretamente o conhecimento e o esforço da nossa comunidade escolar: diretores, professores, funcionários e alunos.
Creio que estamos no caminho certo. Mas é preciso manter o foco nesses dois campos: a ação e a reflexão como elementos vitais para o crescimento individual e o desenvolvimento de nossa sociedade.